segunda-feira, 30 de julho de 2012
terça-feira, 5 de junho de 2012
terça-feira, 29 de maio de 2012
segunda-feira, 28 de maio de 2012
* *A vitória do Chelsea sobre o Bayern* * Luis Fernando Veríssimo*
A vitória do Chelsea sobre o Bayern naquele jogo fantástico que decidiu a Copa dos Campeões trouxe um alento para quem ainda acredita na União Europeia. Cada campeonato sensacional da Uefa reforça a ideia de que é possível existir uma comunidade que funcione. O futebol dá o exemplo — não de rivalidade exacerbada entre nações mas do sucesso comercial de um empreendimento comum, fora uma ou outra guerra de torcida.
É verdade que o Chelsea não é um exemplo cem por cento aproveitável de triunfo europeu. É um clube inglês que pertence a um milionário russo e cuja estrela principal vem da Costa do Marfim. Mas quem sabe a solução para a Europa não deva vir de fora e o que falte não seja um patrocinador com muito dinheiro e uma política de imigração que facilite a vinda de muitos Drogbas?
A salvação, quem diria, pode vir da Rússia e de uma política de imigração sem restrições, oposta à proposta atualmente pelos conservadores de toda a Europa.
Um investidor americano já é o dono de outro tradicional clube inglês, o Liverpool. A tendência pode crescer e nada impede que algum milionário compre não um clube grego mas a Grécia.
A Copa da Uefa pode sugerir outras maneiras de a Europa resolver sua crise. A grande discussão, hoje, sobre o futuro do continente, é entre austeridade e crescimento. Por que não transformar esse confronto em futebol?
Times identificados com a austeridade — como uma seleção alemã — contra times pró-crescimento, num torneio bem organizado, com o vencedor final decidindo a política a ser seguida por todos. Com o atrativo adicional de se ver o Messi e o Drogbas no mesmo time.
Mesmo que não aproveitem minhas ideias perfeitamente razoáveis, o futebol dos campeões europeus permanece como um parâmetro para os políticos em busca de uma saída para a crise.
Mas pode, claro, acontecer o contrário: em vez de o futebol mostrar a saída para a crise, a crise alcançar também o futebol. E o espetáculo da final deste ano em Munique ser lembrado como a apoteose que precede o declínio.
Mas, bem ou mal, foi uma apoteose.
segunda-feira, 21 de maio de 2012
terça-feira, 15 de maio de 2012
Bola no chão
CLÓVIS ROSSI
************
A julgar pelo ambiente de Fla-Flu que boa parte da mídia criou entre França e Alemanha, daria para dizer que Angela Merkel nem dirá "guten Abend, François", ao se encontrar nesta noite com o novo presidente francês.
Falso. França e Alemanha estão condenados a se entender, sob pena de dinamitar todo o projeto europeu, de que são os principais motores. Mais ainda no momento em que a Europa cambaleia no fio da navalha e o fantasma da saída da Grécia do euro paira sobre o encontro de Berlim, com consequências absolutamente imprevisíveis.
É óbvio, pois, que o Fla-Flu Angela/François não será um mata-mata, mas apenas uma primeira aproximação.
A própria chanceler alemã cuidou, nas últimas 48 horas, de dissolver a ideia de confronto. Primeiro, ao dizer que confia na possibilidade de estabelecer "uma parceria estável com o novo presidente francês". Depois, ao acrescentar o óbvio: "Nós sabemos, desde a criação da República Federal da Alemanha [faz 63 anos], que uma boa relação franco-alemã é muito importante para os dois países".
Por fim, depois de uma derrota "amarga e dolorosa" na Renânia do Norte-Vestfália, o mais populoso "Land" (Estado) alemão, Merkel fez um discurso que se aproxima do de Hollande: "Ninguém na CDU [União Democrata-Cristã, o conservador partido de Merkel] tem nada contra elementos que fomentem o crescimento, mas temos que analisar como afetam a política de consolidação [fiscal, a austeridade tão criticada e tão derrotada nas eleições recentes]". Hollande não é contra a consolidação fiscal, mas é entusiasta de "elementos que fomentem o crescimento".
Claro que há uma divergência insuperável entre ambos: Hollande quer renegociar o pacto fiscal acertado em março pelos líderes europeus. Merkel veta -e com razão. Abrir uma negociação equivaleria a congelar o pacto por meses e meses -e a Europa não tem tempo a perder no enfrentamento da crise.
Mas é uma divergência fácil de jogar para a frente a partir das coincidências já publicamente expostas em torno dos "elementos que fomentem o crescimento": os dois lados têm falado em usar os € 80 bilhões dos fundos estruturais ainda disponíveis nos cofres europeus e em aumentar os recursos para o Banco Europeu de Investimentos emprestar a empresas.
Jean-Christophe Cambadélis, deputado socialista, acha que Merkel tende a aceitar também a taxação de movimentos financeiros, que consta do programa de Hollande e é apoiada pelo SPD (Partido Social-Democrata alemão, de cujos votos a chanceler depende para aprovar em seu próprio Parlamento o pacto fiscal pelo qual ela tanto se bate).
Completa Cambadélis: "Há muitos elementos sobre os quais Hollande e Merkel podem avançar, mesmo que isso possa demandar um pouco de tempo".
É aí que se chega ao verdadeiro Fla-Flu: a crise não se joga hoje só em Berlim ou Paris, mas também em Madri e Atenas. Um confronto Hollande/Merkel acabaria com o campeonato todo, mas um entendimento, por mais amplo que seja, já não basta para vencê-lo.
quarta-feira, 18 de abril de 2012
Assinar:
Postagens (Atom)